O Brasil registrou ao menos 142 casos e nove mortes da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIMP), doença que atinge crianças e pode estar ligada à covid-19. Os dados são do jornal Folha de S. Paulo com base em dados de secretarias estaduais de Saúde e do Ministério da Saúde.
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Os casos foram observados em 15 Estados e no Distrito Federal, onde outros dez relatos estão sendo investigados. Santa Catarina, Roraima, Rondônia, Amapá, Mato Grosso do Sul, Sergipe e Alagoas não forneceram informações ao jornal. Oficialmente, o Ministério da Saúde confirmou 117 casos até 8 de agosto. Como a notificação em nível federal não é obrigatória, as Secretarias Estaduais de Saúde reforçaram o monitoramento nos municípios.
Com 41 casos registrados, o Ceará foi o mais afetado pela doença até o momento, seguido do Rio de Janeiro, com 22, e São Paulo, com 18. “Todos os núcleos de vigilância hospitalar estão cientes da necessidade de vigilância dessa síndrome e se comunicam constantemente com o Centro de Informações Estratégicas”, alegou. Em nota, o Estado disse ao jornal que o maior número de casos se deve a ações de testagem em massa e monitoramento.
As nove mortes de crianças decorrentes da síndrome que pode estar ligada à covid-19 ocorreram em São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Pará e Bahia. Já Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Goiás e Tocantins disseram ao jornal que não registraram casos da doença.
Ainda que o número de casos da SIMP seja baixo em comparação ao total de infectados com a covid-19, a gravidade da síndrome em crianças preocupa especialistas. Diante da situação, a Sociedade Brasileira de Pediatria emitiu um alerta sobre a doença, que pode ser tratável se diagnosticada cedo. Em média, a internação de pacientes com a doença tem sido de até dez dias. A intensidade do quadro pode variar de criança para criança.
O Ministério da Saúde vem tratando a SIMP como uma síndrome “temporariamente” ligada ao novo coronavírus, visto que há registros de casos após os sintomas iniciais da covid-19. “Tal achado sustenta a hipótese de associação entre a SIMP e a covid-19, porém essa relação causal ainda não foi estabelecida e permanece em investigação”, diz nota técnica do ministério.