Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos sugere que a vacina contra a covid-19 priorize jovens e crianças, além de profissionais do setor da saúde no cronograma de vacinação contra a covid-19, quando a imunização estiver disponível.
LEIA MAIS:
- Brasil não atinge meta para nenhuma das principais vacinas infantis
- Estudo mostra que vacinar crianças contra gripe ajuda a proteger toda população
- Coronavírus: cuidados de desinfecção ao ir e voltar do supermercado
Um comitê da Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina, a pedido do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e dos institutos nacionais de saúde, iniciou o planejamento do calendário para distribuição de vacina contra covid-19.
O comitê propôs que, uma vez que a vacina esteja disponível, que os profissionais de saúde e idosos que vivem com pessoas de outras idades sejam imunizados prioritariamente.
Porém, um grupo de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins University e da Universidade Southern California assina um artigo no site Science Alert defendendo que os mais jovens recebam a vacina antes da população mais idosa e vulnerável. O grupo defende essa estratégia porque, segundo os estudiosos, “a transmissão assintomática está fechando escolas e universidades por todo o país e ameaçando as comunidades ao redor”.
Para chegar a essa recomentação os pesquisadores consideraram os dados que mostram que apenas 10% dos infectados são responsáveis por 80% dos casos da doença e que até 40% das pessoas que adquirem a covid-19 são assintomáticos, sendo jovens e crianças em sua maioria.
Além disso, os pesquisadores apontaram que os casos de covid-19 têm aumentado na faixa etária de pessoas entre 15 e 25 anos, o que comprovaria o impulsionamento do coronavírus por esse grupo. A disseminação da doença na Califórnia, nos Estados Unidos, serviu como base para o estudo.
O calendário que prioriza jovens e crianças foi embasado também nas experiências obtidas com outros surtos de doenças, como a epidemia de gripe H1N1, de 2009, nos Estados Unidos, ou a pandemia de influenza, entre 1957 e 1958.
Diante de todos esses fatos, os pesquisadores concluíram que é mais prudente colocar jovens e crianças no grupo prioritário para a vacina contra a covid-19 para conter a pandemia, e só depois de vacinar profissionais de saúde e os mais jovens é que a população mais vulnerável, como os idosos, devem receber a imunização.