O estudo epidemiológico EPICOVID-19 sobre o avanço do coronavírus no Brasil, conduzido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), apontou que crianças e idosos foram os mais afetados pela covid-19 no último mês. Nas três fases anteriores, o índice de contaminação era maior entre adultos, de 20 a 59 anos, de acordo com o jornal O Tempo.
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Foram testadas mais de 33.250 pessoas em 133 cidades brasileiras entre os dias 27 e 30 de agosto. De acordo com o estudo epidemiológico, 2,4% das crianças entre 0 e 4 anos e 1,9% dos pequenos de 5 a 9 anos testaram positivo para o coronavírus. Além disso, 2,2% dos idosos com mais de 80 anos e 2% na faixa etária entre 70 e 79 anos estavam contaminados com a covid-19.
Uma das hipóteses apontadas pelo infectologista e membro do comitê de enfrentamento à covid-19 em Belo Horizonte, Estevão Urbano, considera a flexibilização do isolamento social por idosos e crianças após o retorno das atividades econômicas.
Segundo Urbano afirmou ao jornal, no início da quarentena esses eram os grupos que se preservavam mais, só que atualmente se vê com frequência idosos nas ruas, que até perderam um pouco do medo do vírus, o que é preocupante. Entre as crianças também, já que os pais acabam ficando desgastados de manterem os pequenos só em casa, ainda mais com a abertura de praças e clubes.
Para o especialista, a reabertura das escolas também pode influenciar os números e prevê circulação de mais de 200 mil pessoas com a liberação da volta às aulas presenciais. Diante deste cenário, Estevão Urbano é taxativo: “As unidades de educação ainda não estão em condições de serem flexibilizadas”, disse ao jornal.