Leitura ajuda no desenvolvimento verbal das crianças, mesmo com pais de baixa escolaridade - Cabeça de Criança

Leitura ajuda no desenvolvimento verbal das crianças, mesmo com pais de baixa escolaridade

Leitura ajuda no desenvolvimento verbal das crianças, mesmo com pais de baixa escolaridade



Leitura ajuda no desenvolvimento verbal das crianças, mesmo com pais de baixa escolaridade
Imagem de StockSnap por Pixabay

A leitura ajuda no desenvolvimento verbal das crianças, mesmo nas famílias cujos pais têm baixa escolaridade. Essa é a constatação de um estudo com base no programa “Universidade do Bebê”, implementado em 22 creches de Boa Vista, Roraima, em 2015.

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O estudo foi realizado no Brasil por professores da Universidade de Nova York, em parceria com o Instituto Alfa e Beto, e publicado na revista científica Early Childhood Research Quarterly, nos Estados Unidos.

Durante nove sessões ao longo de um ano, os pais foram treinados para ler histórias para seus filhos de maneira interativa, interpretando cada personagem, e ampliando a discussão sobre os livros (emprestados em bibliotecas) em outros momentos.

João Batista Araújo e Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto e um dos autores do estudo, disse à revista Veja que a fala é muito diferente da leitura. Segundo Oliveira, o ato de contar e repetir uma história escrita apresenta para a criança um vocabulário mais amplo e estruturas sintáticas mais estruturada que requerem maior esforço de compreensão por parte da criança.

Por meio de questionários aplicados antes e depois do treinamento, os pesquisadores avaliaram o vocabulário expressivo (fala) e receptivo (compreensão) de crianças de três e quatro anos de idade. Entre as famílias, o estudo considerou três grupos de pais – quem tinha filho matriculado na creche e fazia parte do programa de incentivo à leitura; quem tinha filho matriculado na creche e não participou do treinamento e quem estava na fila de espera por uma vaga para o filho -, subdivididos de acordo com o nível de escolaridade deles.

Os filhos de pais com baixa escolaridade receberam nota 6,74 no teste de vocabulário expressivo antes do programa ser implantado, diante de 8,25 entre as crianças cujos pais tinham mais estudo. No entanto, a diferença entre os dois grupos se reduziu drasticamente depois do treinamento: 8,34 contra 8,53. Tendência semelhante foi observada na análise quanto ao vocabulário receptivo.

Segundo João Batista, o baixo nível de escolaridade dos pais não significa um impedimento para o desenvolvimento verbal de seus filhos, desde que as crianças tenham acesso a livros e técnicas adequadas de leitura interativa. “Percebemos que a condição de pobreza e a baixa escolaridade dos pais não são inexoráveis. É possível mudar a condição e o destino das crianças”, disse à revista.

 

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