Sumiu......achou! - Cabeça de Criança

Sumiu……achou!

Tela de Georgios Jakobides, 1895



Uma das brincadeiras das quais meus gêmeos Manuela e Francisco (1 ano e dois meses) mais gostam é a do “sumiu e achou”. Eles curtem se esconder atrás de mantinhas ou das próprias mãos e depois revelar os próprios rostos, ou quando eu me escondo e depois me mostro.

Longe de ser uma simples brincadeira, essa atividade tem relação com o conceito psicológico de “permanência do objeto”, descrito pelo epistemólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). Trocando em miúdos, é a noção de que algo existe mesmo que não esteja aparente.

O bebê nasce equipado com uma série de movimentos de reflexo e sistemas perceptuais, e gradualmente começa a construir conhecimento sobre o mundo ao relacionar ações físicas ao resultado dessas ações. Assim, a criança se torna cada vez mais adaptada ao ambiente.

Segundo o psicólogo Saul McLeod, professor assistente da Universidade de Manchester, na Inglaterra, a infância é caracterizada por um “egocentrismo extremo”, no sentido de que a criança não compreende o mundo além do que ocorre dentro do seu ponto de vista. Conforme descreve McLeod, nos dois primeiros anos de vida o bebê passa a entender que as coisas existem independentemente de suas ações e aprende a representar mentalmente objetos e eventos – isso inclui saber que aquele brinquedo debaixo do cobertor não desapareceu, apenas está escondido.

Além disso, brincar de se esconder pode aumentar a sensação de segurança do bebê, já que ele aprende que, mesmo que a mamãe ou o papai “desapareçam” por alguns segundos, eles sempre voltam.

Da próxima vez que você brincar assim com o seu filho, saiba que você o está ajudando a entender a relação entre ação e reação e a se adaptar ao universo ao redor dele.

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