Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
Os casos de sarampo estão avançando no Brasil. Só em 2019 foram registrados até agora 1.388 casos da doença, que alguns anos atrás era considerada erradicada no País. Desses casos, 95% deles estão em São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Paraná
Com esse quadro, muita gente fica em dúvida sobre a vacinação contra a doença. Veja quais são as principais perguntas:
1 – A partir de qual idade a criança deve se vacinar?
Normalmente a primeira dose da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, é dada quando a criança completa 1 ano de idade, e a segunda dose é dada depois de 2 a 3 meses.
Porém, quando há um aumento expressivo no número de casos, como o que está acontecendo agora, a vacina do sarampo pode ser antecipada. No estado de São Paulo, por exemplo, 50 municípios estão vacinando bebês entre seis meses e um ano de idade com a chamada “dose D” da tríplice. Essa dose não será contabilizada no calendário nacional de vacinação, ou seja, os pais devem levar as crianças aos postos novamente para receber a tríplice viral aos 12 meses e também aos 15 meses para aplicação do reforço com a tetraviral, que protege também contra varicela (catapora).
Veja aqui a lista das cidades paulistas que estão vacinando bebês com menos de um ano. Se você for de outro estado, procure o site da secretaria de saúde da sua região.
2 – Adultos precisam tomar a vacina contra o sarampo?
É recomendado que todas as pessoas até 29 anos tenham duas doses da vacina ao longo da vida, com pelo menos um mês de intervalo entre elas. Pessoas entre 30 anos e 50 anos devem ter tomado pelo menos uma dose na vida, e os maiores de 50 anos não precisam se vacinar, pois a probabilidade de terem entrado em contato com o vírus ao longo da vida e terem desenvolvido imunidade é alta.
Profissionais da saúde devem ter duas doses, independentemente da idade. Atualmente as campanhas nos postos de saúde estão priorizando a população na faixa dos 15 aos 29 anos. Se você não lembra se já tomou as doses necessárias e nem achou o registro em sua carteirinha, é melhor se vacinar, em um posto público ou clínica particular.
3 – É preciso tomar dose de reforço quando há casos próximos?
Sim. Mesmo para as pessoas que estão com a vacinação em dia, se há algum caso próximo, é recomendado tomar a chamada dose de bloqueio. Por exemplo, se há um caso de criança com sarampo em uma escola, a secretaria de saúde de São Paulo está realizando vacinação de bloqueio nos alunos e funcionários, mesmo que eles já tenham tomado as doses recomendadas no passado.
4 – Há contraindicações à vacina tríplice, que inclui o sarampo?
Sim. Gestantes não devem tomar a vacina, e nem pessoas que estão passando por quimioterapia ou que têm doenças que comprometem a imunidade.
Quem tem alergia grave a proteína do leite deve perguntar no posto ou clínica qual é a composição da vacina, pois algumas imunizações importadas podem conter traços de leite. São casos bem específicos, mas os alérgicos graves devem checar.
Fontes: Ana Paula Moschione Castro, doutora em pediatria, especialista em alergia e imunologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e diretora da Clínica Croce; Agência Brasil