Um novo estudo da Universidade de Yale, publicado na última sexta-feira (18), concluiu que o sistema imunológico das crianças reage melhor contra a covid-19 no estágio inicial da infecção.
LEIA MAIS:
- Síndrome associada à covid-19 já atingiu 197 crianças e adolescentes
- Crianças pequenas têm uma carga viral mais alta de coronavírus do que adultos, diz pesquisa
- Coronavírus: casa com suspeitos ou infectados deve receber reforço na limpeza
Ao analisar as amostras de sangue de crianças, adolescentes e adultos infectados pelo novo coronavírus, os pesquisadores observaram que os mais jovens possuem níveis mais elevados das moléculas interleucina 17A (IL-17A), que ajuda a mobilizar a resposta do organismo no começo da infecção, e da proteína interferão-gama (IFN-γ), que combate a replicação viral.
“Para nossa surpresa, descobrimos que essas citocinas específicas têm níveis mais elevados em crianças do que em adultos infectados”, afirmou o imunologista Kevan Herold, da Universidade de Yale, autor do estudo. Os cientistas acreditam que esse é um fator relevante para que as crianças desenvolvam quadros mais leves da doença do que os adultos.
Os resultados levam os pesquisadores a entender também que o sistema imunológico das crianças escolhe um mecanismo de defesa diferente e mais eficiente no combate à covid-19. No entanto, os adultos possuem outros anticorpos considerados protetores em quadros mais graves da doença.
“As crianças têm uma resposta imunológica inata mais robusta ao vírus, que pode protegê-las para que não progridam para uma doença pulmonar grave”, disse a imunologista Betsy Herold, co-autora do estudo.
Mas os cientistas ainda não sabem como estimular a produção específica das moléculas IL-17A e IFN-γ. “Se conseguíssemos estimular uma resposta parecida nos adultos, teríamos um tratamento possivelmente eficaz contra a doença”, teorizam os especialistas.