Surto de coronavírus em acampamento mostra que crianças são vulneráveis ao contágio - Cabeça de Criança

Surto de coronavírus em acampamento mostra que crianças são vulneráveis ao contágio

Surto de coronavírus em acampamento mostra que crianças são vulneráveis ao contágio



Surto de coronavírus em acampamento mostra que crianças são vulneráveis ao contágio
Imagem de SanDraP por Pixabay

Centenas de crianças foram infectadas pelo novo coronavírus em um acampamento de verão na Geórgia, nos Estados Unidos. O acampamento diz ter tomado precauções, mas não exigiu o uso obrigatório de máscaras. Segundo o jornal The New York Times, cantar e bater palmas podem ter ajudado a espalhar a doença. Esse surto de coronavírus em um acampamento mostra, sobretudo, que crianças são vulneráveis ao contágio.

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Enquanto a discussão sobre a volta às aulas presenciais continua, um relatório sobre o surto de coronavírus no acampamento americano gera preocupação. A covid-19 atingiu cerca de 600 pessoas, entre crianças e funcionários, informou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças na última sexta-feira (31).

Os funcionários e conselheiros se reuniram no acampamento no fim de junho e, uma semana mais tarde, um adolescente passou a sentir calafrios e foi para casa. O acampamento fechou dias depois do ocorrido, mas 260 das 344 pessoas que tiveram acesso a exames testaram positivo para o coronavírus. Das crianças de 6 a 10 anos, mais da metade estava infectada; 44% dos jovens de 11 a 17 anos apresentaram resultado positivo, assim como um terço das pessoas de 18 a 21 anos.

A epidemiologista da Escola de Saúde Pública da Johns Hopkins Bloomberg, Caitlin Rivers, disse ao jornal que o fato de tantas crianças terem sido infectadas em poucos dias de contato ressalta a importância das medidas preventivas. Distanciamento físico, uso obrigatório de máscaras, higiene e ventilação são essenciais para reduzir a transmissão, ressalta a especialista.

Embora o papel das crianças na transmissão do novo coronavírus tenha sido bastante questionado, os autores desse relatório disseram que a pesquisa traz evidências de que crianças de todas as idades não são apenas suscetíveis à covid-19, mas podem desempenhar um papel importante na transmissão da doença.

Ainda que o acampamento estivesse seguindo as diretrizes sanitárias e tenha exigido dos participantes a prova de um exame de covid-19 negativo, feito até 12 dias antes da chegada ao local, ele não estava em total conformidade com as recomendações feitas pelas autoridades federais de saúde da CDC.

Enquanto os funcionários eram obrigados a usar máscaras de pano, os frequentadores do acampamento, não. Janelas e portas também não foram abertas para aumentar a circulação de ar. Além disso, os campistas passaram a noite em cabanas, com uma média de 15 ocupantes cada. Muitas das atividades do acampamento de verão incluem “cantos e aplausos vigorosos”, que podem aumentar a disseminação do vírus, segundo o relatório.

O Dr. Preeti Malani, diretor de saúde da Universidade de Michigan, que não participou do estudo, disse ao jornal americano que testar nem sempre significa segurança e que o uso inconsistente de máscaras também pode ser problemático.

Em um estudo recente de um surto de coronavírus em uma escola de ensino médio em Jerusalém, iniciado 10 dias após a volta às aulas presenciais, 13% do corpo discente e 16% dos funcionários tiveram resultados positivos para a doença.

Embora os estudantes usassem máscaras e praticassem o distanciamento social, os pesquisadores concluíram que as salas de aula lotadas com até 38 estudantes impossibilitavam o respeito às medidas preventivas. O ar condicionado pode também ter acelerado a propagação do coronavírus.

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