Atletas mães enfrentam desafio de trabalhar e cuidar dos filhos durante a pandemia - Cabeça de Criança

Atletas mães enfrentam desafio de trabalhar e cuidar dos filhos durante a pandemia

Atletas mães enfrentam desafio de trabalhar e cuidar dos filhos durante a pandemia



Atletas mães enfrentam desafio de trabalhar e cuidar dos filhos durante a pandemia
Imagem: Reprodução/Instagram

À medida que os times esportivos retomam as atividades nos Estados Unidos, dezenas de atletas de elite que são mães passam a enfrentar o desafio de trabalhar e cuidar dos filhos em meio à pandemia. Sem alternativa, elas levam as crianças para “bolhas” esportivas. As experiências dessas mulheres são relatadas pelo jornal The New York Times (NYT).

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Sozinha com dois filhos, Amy Rodriguez instalou as crianças, de três e seis anos de idade, com cobertores, brinquedos e um iPad, na lateral do gramado e entrou em campo para o treino do Utah Royals, seu time na National Women’s Soccer League (NWSL). “Expliquei que aquele era o emprego da mamãe e que eles tinham de ajudar”, disse.

Nas ligas masculinas de elite, filhos e famílias estão proibidos de entrar nas bolhas. Esse tratamento diferenciado mostra que a sociedade americana ainda considera que o cuidado com os filhos é uma responsabilidade das mulheres. O NYT aponta que Amy Rodriguez e outras atletas da NWSL raramente tinham apoio para se saírem bem no esporte e na maternidade.

De acordo com as jogadoras de futebol, essa é a primeira vez que a liga faz algum tipo de esforço em benefício das mães. Uma mudança parecida está em andamento na WNBA, a liga feminina de basquete, em sua bolha na Flórida. “Foi um choque que eles tenham feito um esforço para nos ajudar”, disse Jessica McDonald, atacante do North Carolina Courage e mãe de um menino de oito anos, que a acompanhou no torneio de verão da NWSL.

Durante a pandemia, a liga se empenhou para ajudar as atletas mães, disponibilizando profissionais pagos para cuidar das crianças, acomodações especiais e protocolos de exame de coronavírus adaptados para os pequenos.

As bolhas esportivas também evidenciam um cenário de desigualdade: os sacrifícios que essas mulheres, como atletas profissionais, precisam fazer para cuidar dos filhos e o número pequeno delas que conseguem fazer isso. Veterana do Los Angeles Sparks da WNBA, Candace Parker teve de organizar ajuda familiar para cuidar da filha de 11 anos durante seu “lockdown” esportivo.

A WNBA ofereceu às mães atletas acomodações preferenciais e assumiu parte dos custos que outras jogadoras teriam de bancar por conta própria enquanto a bolha na Flórida estava sendo preparada. “Quando você observa a liga historicamente, tem de perguntar: se essa é uma liga feminina, onde estão as mães? E você tem de imaginar quantas jogadoras perdemos porque elas planejavam ter filhos e não tiveram apoio”, disse Terri Jackson, presidente do sindicato das jogadoras da WNBA, ao NYT.

Ao contrário da WNBA, a NWSL ainda está em busca de seu ponto de equilíbrio financeiro. A nova comissária da liga feminina de futebol, Lisa Baird, conversou por telefone com as mães atletas, perguntando o que elas e suas crianças precisariam para participar da iniciativa.

“Elas são atletas profissionais, e levam muito a sério suas funções como mães. Para elas não era o caso de esperar concessões especiais, mas sim o de explicar o que elas precisavam como parte de seu trabalho”, afirmou. A esperança das atletas é que a situação traga melhorias permanentes.

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