Uma pesquisa apontou que bebês nascidos por cesárea têm uma quantidade reduzida de bactérias benéficas no intestino e uma quantidade maior de patógenos ligados a ambientes hospitalares, quando comparados com bebês nascidos por parto normal. Esse é o maior estudo já feito sobre a microbiota dos bebês recém nascidos.
No estudo, os pesquisadores fizeram exames de fezes em 596 bebês nascidos em hospitais britânicos, dos quais 314 nasceram por via vaginal e 282 nasceram por cesárea. Eles analisaram os bebês depois de quatro dias de nascido, sete dias e 21 dias, e também coletaram amostras entre 4 e 12 meses depois de nascidos. Eles também examinaram as mães para determinar a origem da flora bacteriana do intestino.
Imediatamente após o parto normal, o intestino dos bebês é rapidamente colonizado com microorganismos das mães e também do meio ambiente. Os pesquisadores suspeitam que algumas doenças que se desenvolvem na infância e mesmo mais tarde na vida podem ser resultado de uma primeira colonização perturbada.
Porém os autores do estudo dizem que ainda não podem fazer afirmações sobre consequências clínicas concretas do tipo de colonização bacteriana intestinal conforme a via de parto, mas afirmam que novos estudos devem ser realizados para aprofundar a questão.
Segundo um dos autores, Nigel Field, da Universidade College de Londres, o estudo mostrou que, conforme os bebês foram crescendo e tiveram contato com outras bactérias, os microbiomas intestinais dos bebês nascidos por cesárea e por parto normal foram ficando mais parecidos uns com os outros. “Depois do desmame, as diferenças de microbioma entre os bebês foram ficando cada vez menores. Não sabemos ainda se as diferenças iniciais que encontramos terão alguma implicação para a saúde deles”.
A pesquisa foi publicada na revista científica “Nature”.