Tire suas dúvidas sobre gravidez ectópica - Cabeça de Criança

Tire suas dúvidas sobre gravidez ectópica



Imagem de MedicalPrudens por Pixabay

Só quem deseja muito engravidar sabe a sensação de vitória que é ver um teste positivo. Mas o que era comemoração começa a se tornar um pesadelo quando aquela gestação não se desenvolve como o esperado.

Os primeiros ultrassons não mostram batimentos cardíacos e nem uma imagem do embrião. Mas os exames de sangue confirmam que há um gestação no organismo da mulher.

LEIA TAMBÉM:
Mito ou verdade: Grávidas devem evitar gatos?
Fotógrafo viaja pelo mundo e revela as diferenças nas dietas das nossas crianças

Esses podem ser sinais de uma gravidez ectópica, que é quando o embrião se desenvolve fora de onde deveria estar: o útero.

Conversamos com o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli para entender melhor o que é a gravidez ectópica e como lidar com esse problema que pode trazer complicações graves para a mulher.

Veja as respostas do médico: 

1 – O que é a gravidez ectópica?
A gravidez ectópica é uma gravidez  “fora do lugar”. Ou seja, o óvulo fertilizado se desenvolve fora do útero. A gravidez ectópica também é conhecida como gravidez tubária, quando o óvulo se fixa na trompa de falópio, a ocorrência mais comum nas gestações ectópicas. Em raras ocasiões, a gestação começa a se desenvolver no ovário, no colo do útero, ou ligada à superfície de um órgão próximo.

2 – Quais são as causas da gravidez ectópica? Como reduzir o risco dela acontecer?
A principal causa de uma gravidez ectópica é a obstrução ou estreitamento de uma trompa de falópio, que impede o óvulo fertilizado de passar através da trompa até o útero. Na maioria das vezes, isso é resultado de uma inflamação e cicatrização de infecção pélvica.

Em casos menos comuns, uma gravidez ectópica pode ocorrer também por outros motivos, como infecções abdominais como apendicite, tumores pélvicos e formação de tecido fibroso de cicatrização após cirurgia abdominal.

A gravidez ectópica não é uma ocorrência incomum: uma em cada 100 a 150 gestações é ectópica.

Fumantes têm mais chances de ter uma gravidez ectópica, e mulheres que fazem uso de anticoncepcionais com progesterona também têm um pequeno risco de desenvolver esse tipo de gestação. Outro fator de risco é o passar da idade.

2 – Como a gravidez ectópica é diagnosticada? Quais são seus sinais/sintomas?
Os sintomas são bem subjetivos, sendo difícil fazer o diagnóstico apenas a partir deles. Um dos principais sintomas é sentir dor muito forte localizada em um único lado, direito ou esquerdo, principalmente entre 6 e 8 semanas após a última menstruação.

Sangramento vaginal também é um sintoma. Esse sangramento costuma ser líquido e escuro, puxado para a cor castanha.

Náuseas, tonturas e vertigens também são sintomas da gravidez ectópica.

O diagnóstico é feito por meio de ultrassonografia pélvica transvaginal, além de exame físico feito pelo médico.

3 – Quais são as complicações mais comuns causadas pela gravidez ectópica?
A gravidez ectópica pode trazer consequências graves e riscos à vida da mãe. Caso o problema não seja detectado, pode haver um rompimento da trompa, levando a um sangramento abundante dentro do abdômen. Gestações ectópicas localizadas em outras áreas, como ovário e colo do útero, podem invadir os vasos sanguíneos próximos e causar uma hemorragia.

4 – Quais são os tratamentos possíveis para uma gravidez ectópica? É possível levar uma gestação assim adiante?
Nos casos de gravidez ectópica, não há possibilidade de dar continuidade à gestação. Entre as alternativas de tratamento estão o medicamentoso, com o uso de remédios para expulsar o embrião, ou a cirurgia para a retirada do embrião e reconstrução da trompa, dependendo do caso.

5 – Uma mulher que teve uma gravidez ectópica corre mais risco de ter outra gravidez ectópica numa gestação posterior?
Sim. Acredita-se que quem já teve uma gravidez ectópica uma vez, tem um risco aumentado de 15% a 20% de ter uma nova gravidez ectópica.

  • Back to top