O Ministério da Saúde confirmou 71 casos e três mortes de crianças, até julho, no Brasil por síndrome ligada à covid-19. Os casos foram registrados no Ceará (29), no Pará (18), no Piauí (2) e no Rio de Janeiro (22), onde ocorreram os três óbitos. A Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou uma nota de alerta sobre a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P).
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“Além de febre persistente, um amplo espectro de sintomas, muitos destes potencialmente graves, tem sido referido nos pacientes, entre eles: alterações cardiovasculares; renais; respiratórias; hematológico; gastrointestinais; mucocutâneo; e outras”, cita o documento.
Segundo Marco Aurélio Sáfadi, presidente do departamento de infectologia da SBP, ao G1, é importante ter uma ideia precisa de qual é a real incidência dessa doença na população e que consequências ela está trazendo para as crianças. De acordo com o médico, é isso que vai permitir as medidas necessárias de saúde pública, que são feitas baseadas em dados de vigilância.
A entidade recomenda internação nos casos suspeitos que apresentem sintomas moderados ou graves e naqueles com indícios de risco para complicações, como desconforto respiratório, alteração de sinais vitais, choque, sinais de desidratação e marcadores inflamatórios muito alterados.
“Crianças e adolescentes com SIM-P podem apresentar rápida progressão para formas graves da doença. Desta forma, o manejo oportuno em locais com infraestrutura e equipe pediátrica multiprofissional – incluindo emergencistas, intensivistas, cardiologistas, infectologistas, reumatologistas, imunologistas, nefrologistas, neurologistas, gastroenterologistas e hematologistas – assume fundamental importância para um melhor prognóstico destes casos”, enfatizou o documento.
Os primeiros relatos da síndrome rara ligada à covid-19 foram registrados na Europa e, no mundo, foram identificados mais de 300 casos. Países como Espanha, Itália, França, Itália, Canadá e Estados Unidos identificaram pacientes infectados pela doença. A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica pode afetar crianças de sete meses a adolescentes até 16 anos e pode ser uma reação grave e tardia à contaminação pelo novo coronavírus.