Pergunte ao especialista: "é normal que a criança demore para aprender a ler?"

Pergunte ao especialista: “é normal que a criança demore para aprender a ler?”

atraso na alfabetização criança lendo



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Nesta nova seção do Cabeça de Criança, especialistas respondem a uma dúvida comum entre pais e mães. Esta primeira edição da seção é sobre um possível atraso na alfabetização.

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Pergunta: “É normal que a criança demore para aprender a ler?”

Resposta de Renata Weffort, doutora em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e coordenadora pedagógica de educação Infantil e primeiro ano do ensino fundamental do Colégio Franciscano Pio XII. Renata tem experiência de vinte anos em escolas privadas e públicas como professora e coordenadora pedagógica. Atua como pesquisadora dos seguintes temas: infância, educação infantil e organização escolar.

“Os processos de aquisição da leitura e escrita ocorrem em diferentes tempos para cada criança. Em geral, as crianças aprendem a ler e a escrever por volta dos 7 anos de idade. Algumas bem antes, aos 5 anos, e outras, até os 8 anos de idade.

O esperado é que o processo de alfabetização seja concluído até o final do segundo ano do Ensino Fundamental. O ideal é acompanhar o processo desde o início e avaliar os avanços que a criança obteve em relação a ela mesma. Escola e família devem caminhar juntas e oferecer os estímulos adequados para a fase em que a criança se encontra.

Para saber se está tudo bem com a aprendizagem da leitura e da escrita, uma vez que estejam descartadas questões atípicas do desenvolvimento, é preciso ficar atento ao modo como a criança insere o universo letrado em sua vida. Ou seja, observar se ela gosta de ouvir histórias, se fica atenta aos rótulos, cartazes e anúncios e tenta, ao seu modo, decifrar o que está escrito.

A curiosidade está presente na fase de alfabetização. As crianças, mesmo sem saber ler ou escrever, estabelecem relações entre as letras iniciais de diferentes palavras, observam semelhanças entre palavras, brincam de rimar e se mostram atentas e interessadas pelos usos sociais da escrita, como listas de supermercado, convites e bilhetes, entre outros.

Se por acaso a criança não demonstrar curiosidade pela palavra escrita, a família e a escola podem estimular esse contato relacionando diferentes tipos de texto a temas de interesse da criança. É importante também dar o exemplo. As crianças aprendem a ver e a decifrar o mundo por meio dos olhos do adulto. Portanto, eles precisam ser modelos de leitores/escritores para as crianças.

Algo que pode dificultar esse processo é a ansiedade, considerando que há uma pressão social para a aprendizagem da leitura e escrita. Um ponto primordial é não fazer comparações entre as crianças. Elas são diferentes e têm habilidades e interesses distintos.

Pensemos no processo de alfabetização como uma festa, que tem uma data e horários previstos. Alguns convidados chegam antes, outros no horário combinado e há ainda os que se atrasam um pouco. O importante é que todos cheguem!

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