Miopia infantil aumenta pela exposição ao uso de eletrônicos

Miopia infantil aumenta pela exposição ao uso de eletrônicos

miopia infantil criança tela



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Em tempos de quarentena por conta do coronavírus a maioria das famílias tem apelado mais para TVs, tablets e celulares para distrair as crianças enquanto os pais têm de trabalhar em casa. Mas é preciso tomar alguns cuidados com o uso excessivo das telas, que pode fazer mal a longo prazo e aumentar problemas como a miopia infantil.

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Segundo Omar Assae, oftalmologista do Hospital CEMA, já existem estudos que mostram um aumento exponencial dos casos de miopia infantil, caracterizando uma epidemia. Segundo um artigo publicado na revista científica “Nature”, em 2015, 60 anos atrás, 10 a 20% da população chinesa era míopa. Hoje em dia, esse índice é de 90%. Em Seoul, 96,5% dos adolescentes na faixa de 19 anos têm miopia.  Estima-se que, até 2050, metade da população mundial será míope.

No Brasil, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum problema na visão.

“O dano acontece porque, ao usar muito o foco para a visão de perto, os olhos passam a ter dificuldade de fazer o foco para longe, com o passar do tempo. E essa condição pode ser permanente”, diz Assae.

Mas, com alguns cuidados, dá para usar as telas sem provocar danos aos olhos.

Veja as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP):

– Crianças menores de 2 anos: O recomendado é evitar que crianças nessa faixa etária sejam expostas a qualquer tipo de tela;

– Crianças entre 2 e 5 anos – O tempo de exposição deve ser de, no máximo, 1 hora por dia, com conteúdo de qualidade e supervisionado pelos pais;

– Crianças a partir de 6 anos – Exposição de no máximo 2 horas por dia, também com supervisão;

Pausas e consultas regulares

– É importante brincar ao ar livre. Mesmo em tempos de quarentena, em que é mais difícil brincar fora de casa, é importante fazer pausas, de tempos em tempos, durante a exposição às telas, preferencialmente olhando para ambientes externos, como uma janela;

– Entre os aparelhos mais nocivos à visão estão as telas de LED, pois são as que mais emitem a luz azul. Esse tipo de luz é um comprimento de onda que é muito absorvido pela retina. “Na retina, ela acaba provocando o que a gente chama de estresse oxidativo”, diz Omar Assae. Esse estresse oxidativo libera radicais livres, moléculas liberadas pelo metabolismo do corpo com elétrons altamente instáveis e reativos. Isso, a longo prazo, pode acabar levando a uma degeneração macular relacionado a idade;

– Fique atento aos sinais de problemas na visão. Leve os filhos em consultas de rotinas com o oftalmologista. Os problemas não são simétricos. Muitas vezes, um olho tem uma visão absolutamente normal e o outro olho uma visão deficiente. A criança, não sabe relatar esse tipo de condição, acaba desenvolvendo um olho normal e o outro uma visão um pouco fraca. “É o famoso olho preguiçoso, como falam popularmente”, diz Omar Assae.

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