Foram nove anos entre cirurgias, tentativas de fertilização e consultas médicas para realizar o sonho de ser mãe. A fonoaudióloga Flávia Giacinto, de 40 anos, retirou mais de 50 miomas uterinos para poder engravidar. Ao longo do processo, foi diagnosticada com menopausa precoce, endometriose e infertilidade até descobrir que, enfim, estava grávida.
Flávia conta sua experiência em vídeos no seu canal do YouTube. Veja o depoimento dela:
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“Eu tinha 28 anos quando comecei a tentar engravidar naturalmente, suspendi o uso da pílula anticoncepcional. Tentamos por seis meses, fiquei muito ansiosa. Depois de seis meses que tentava engravidar e não conseguia, procurei um médico. Ele disse que era ansiedade, para que eu não me preocupasse. Tentamos por mais um ano, sem sucesso.”
“Voltei ao médico, que resolveu fazer exames hormonais para ver como estava minha fertilidade. Um desses exames foi o antimülleriano (exame que oferece a estimativa mais aproximada da quantidade de óvulos que uma mulher pode produzir). O resultado indicou que eu estava com baixa reserva ovariana, ou seja, estava entrando na menopausa com 28 anos. O médico me deu o diagnóstico de menopausa precoce e esterilidade. Fiquei arrasada. O único jeito que eu poderia engravidar era pela doação de óvulos ou a adoção de uma criança, que não era uma opção para mim na época.”
“Entrei para a fila de ovodoação, fiquei esperando e até hoje não fui chamada. Um médico especialista em fertilidade me disse que eu estava com miomas e que precisaria fazer uma miomectomia se eu quisesse ter filhos. Eu já tinha feito uma cirurgia para cisto hemorrágico e uma cirurgia para focos de endometriose. Fiz a histeroscopia diagnóstica, minha recuperação foi rápida e seguimos com as tentativas.” Flávia Giacinto contou ao site Viva Saúde que foram retirados mais de 50 miomas nesta cirurgia; o maior tinha 17 cm.
Frustração
“Não conseguia engravidar de jeito nenhum. Continuei as tentativas, sem sucesso, até o que o médico disse que eu era estéril, que eu não poderia engravidar naturalmente. Outra frustração, eu já tinha passado por 11 médicos e nenhum me dava a possibilidade de engravidar.
“Resolvi continuar o tratamento no Rio de Janeiro, onde conheci o Dr. Sílvio Alex. Ele viu o resultado de todos os exames e me disse calmamente para ficar tranquila, que em seis meses eu iria engravidar. Seis meses? Eu já estava tentando há anos engravidar e não conseguia. Pensei que esse médico era um charlatão e saí do consultório revoltada. Meu marido pediu para darmos mais uma chance para ele. Primeiro, ele me passou um remédio para ansiedade. Em seguida, ele me passou o Zoladex, três doses, para tentar reduzir os miomas e passou um antibiótico para mim e para meu marido tomarmos juntos.”
“Um mês depois que terminei o tratamento, eu faria uma cirurgia. Para minha surpresa, eu engravidei naturalmente. Foi um milagre. A questão é que eu tinha dois miomas gigantes (um de mais de 10 cm e outro de 5 cm), e múltiplos miomas pequenos no meu útero. Eu estava morrendo de medo. Todo mundo dizia que, se engravidasse com miomas, iria abortar, isso não aconteceu. Para piorar a situação, começou um sangramento quando eu estava na oitava semana de gestação, que durou duas semanas. Foi o momento de mais medo da minha gravidez.”
Final feliz
“O médico me receitou um medicamento para inibir as contrações do útero, que é o maior problema do abortamento em miomas. Segui durante nove meses de gestação muito tranquila, não foi uma gravidez de alto risco. Fiz pilates, trabalhei normalmente. Minha filha hoje é uma garota linda. Deu tudo certo, o mais importante é a gente não deixar de acreditar.”
Após tanto sofrimento e até a retirada de 50 miomas, Flávia Giacinto criou no Facebook o grupo GAMMI (Grupo de Apoio a Mulheres com Miomas e Infertilidade), uma rede de apoio onde as participantes trocam dicas, falam sobre os tipos de miomas, tratamentos e cirurgias.